O mergulho mais profundo até hoje.

01/06/2018

Respirando o ar de cilindros, o sul-africano Nuno Gomes chegou a 318,25 metros em junho de 2005. Só com o ar dos pulmões, o recorde é do belga Patrick Musimu: em um só fôlego, ele foi a 209,6 metros! Contudo, apesar de ter documentado o mergulho em vídeo, Musimu não aceitou a presença de juízes da Associação Internacional para o Desenvolvimento do Mergulho Livre, principal organização da modalidade, e, por isso, não é reconhecido oficialmente como o recordista.

A marca oficial da categoria Sem Limites, que permite o uso de um trenó para acelerar a descida (veja o infográfico ao lado), é do austríaco Herbert Nitsch – 172 metros. A grande dificuldade em mergulhos profundos, com ou sem cilindro, é a pressão. Na superfície, a pressão é de 1 quilo por cm2 (ou 1 atmosfera) e, sob a água, ela aumenta 1 quilo por cm2 a cada 10 metros – portanto, a 200 metros ela é 21 vezes maior do que na superfície.

O que isso significa?

Para o mergulhador de apneia (sem cilindro) significa um brutal esmagamento dos seus pulmões: se na superfície ele enche o peito com 6 litros de ar, lá embaixo eles viram 0,285 litro. Em mergulhos com cilindro, a pressão não comprime os pulmões, mas sim o gás levado no cilindro. Quanto mais o mergulhador afunda, mais denso fica esse gás e, portanto, o esforço para inalá-lo aumenta. Outro problema da pressão, em qualquer tipo de mergulho, é a ação dela nos ouvidos: o peso da água sobre os tímpanos é cada vez maior. Esses problemas levam a crer que o homem está perto do limite de profundidade no mergulho, embora os mergulhadores tentem provar o contrário. “Quanto mais avanço, mais acredito que o limite não existe”, diz o francês Loic Leferme, ex-recordista mundial de apnéia, com a marca de 171 metros.

Fonte: Mundo Estranho